terça-feira, 28 de dezembro de 2010

OLHA LÁ SEU MOÇO! (por Vê Domingos)

Olha lá seu moço!
gosto de escrever cançoes com a narração acontecendo "em tempo"
OLSM é uma dessas canções que, achada a primeira frase o restante vem nos próximos 10 segundos,
a presentificação tão forte no choro e no samba dos anos 30, 40, tem sua própria magia!
fala de álguem que pode esvaziar-se de si e comtemplar sua própria história!
fala do compositor, de criação e criatura em profunda fusão. , é isto!


* Olha lá seu moço fecha o repertório do CD ESTRADA E VARIOS, que está em plena produção... aguardem por mais algumas novidades...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

REDOMA ( MUSICA COMPLETA)

Depois da última postagem muita gente me veio perguntar onde ouviia a música REDOMA completa... Ok..decidimos colocar no ar um ensaio onde Mikaela canta e dá uma palhinha de como será a musica no CD...Apreciem:

                                      Redoma
                                                        (Bruno Kohl)
                                     


         O homem do espaço chegará
         Bandeja de prata em suas mãos
Cabeça do grifo , grifará
Palavras com sangue desse chão

Genoma sem nome reinará
Estarei na redoma da exclusão
A parte que enfim me tocará
Em seu torso, meu remorso
Que me afasta e não
Apaga o fogo

A mulher do lago se erguerá
Trazendo o legado de Artur
Pedindo licença a um orixá
Cravará na terra a Excalibur

Criança Xavante nascerá
Em um plano 3 D, em fundo azul
Dragão virtual , meu Boitatá
Nem espada
Nem espaço
Nem homem nenhum
Apaga o fogo...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

DIVULGAÇÂO NA TV

ESTRADA E VARIOS está no estudio...o CD esta gestando, as musicas estão ganhando o acabamento merecido no MUTAREC (onde gravamos). Mas o Bruno deu uma escapada para dar uma palhinha num programa da TVBE, canal a cabo de ITAJAI. Foram tocadas 6 musicas do repertório, sem a MIKA por ela estar viajando, mas o proximo pocket show , esta confirmadissimo com ela... Veja um trechinho de como foi...filmado pela filhinha do Bruno, a Amanda

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

GRAVAÇÔES A TODA

Nosso blog agora estará bombando... Isto por que ja estamos em fase final de gravação de guias de repertório.
e o time de musicos estão quase prontos para as gravações.


Já estão decididas que 12 músicas vão para o CD sendo que ainda resta uma vaga para uma das grandes criações de Vê Domingos.
Enquanto essa ainda não vem aproveito para postar o link de uma que com certeza estará! A inspiradissima canção REMOTO que o Vê postou em seu album do You tube:

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Vê Domingos no 13º Festival de MPB de Itajaí

Gente, que tudo.
Dia 12 de novembro o Vê... o nosso Vê... abriu o show do 13º Festival de MPB de Itajaí, interpretando algumas de suas composições presentes no mais recente CD, o "Prosa fina em byte-light chic" (não me perguntem o que o Vê quer dizer com esse nome... não me atreveria a revelar a "tradução" que deu ao título de sua obra. kkkkk).
Diz o Bruno (suspeitíssimo, mas hipercrítico ao mesmo tempo) que o show foi um sucesso. E, claro, ficou todo prosa, como não poderia deixar de ser, pelo fato de o Vê ter citado o "Estrada & Vários" no show.
Coisa linda!
Estou orgulhosíssima de fazer parte dessa história.

As gravações das músicas estão indo de vento em popa. Já já começo a colocar as vozes em algumas delas. DEMAISSSSS!!!

Parabéns, Vê, e muito sucesso nessa caminhada linda! Você merece.
:)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

E a roda girouuuuuu

Depois de muito girar, acredito que conseguimos finalmente chegar a um consenso a respeito da música "Roda gigante".
Em sua sétima versão, a música ficou assim:

"Quantas voltas damos?
Quanto tempo temos?
Quando é que nós vamos descer?

Quanto mais rodamos
mais parados somos
Cromossomos, herança do ser

Viver cada volta é
prova incontestável da fé
É tanta saudade do chão
que pulamos!

Quanto mais lembramos, esquecemos planos
Quando é que nós vamos crescer?
Do ciclo gigante, da roda constante
Estaremos no alto pra ver?

Por querer tocar o céu
por amar vertical carrocel
É tanta saudade da dor que amamos!

A maldade tem volta
A revolta vicia
Em um giro te adora, te devora em um dia

Na ciranda da luz que seduz, alicia
A rotina do agora devora, é a roda que gira (que gira)"

Simplesmente LINDA!
--------------------------------------------
Quanto ao áudio... estamos trabalhando na gravação das guias... já já teremos algumas músicas prontas para mostrar aqui.

Um abraço e até já, então.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

E a roda continua girando...

A canção "Roda gigante" está dando pano pra manga...
Muitas versões mais tarde, ainda não chegamos a uma canção, propriamente dita, mas reflexões não faltam a respeito dela. Confiram as reflexões do Bruno:

"Oi meus amigos..



Ciente de que nosso projeto, além de ser uma experiência a qual tenho prazer de compartilhar com vocês, é um exercício de processos de criação.


Pensando no último e-mail do Vê sobre a canção “Roda Gigante” e como ela vem se amarrando, achei que seria interessante fazer um desprendimento completo dela e analisar (como nunca fiz com uma canção) sua última versão, para que vocês conheçam o motivo das minhas escolhas, que enquanto fazia tinha mais caráter intuitivo.


Uma parte de mim diz pra não fazer isso... e, por isso mesmo, estou fazendo...kkkk


São quantas voltas? Quanto tempo temos?
A quantas anda a roda em que vivemos?
É tão difícil saber?
Quando é que vamos descer?
Se mais rodamos, mais parados somos
Passado volta pra cobrar quem fomos
É fácil esquecer
Quando é que vamos crescer?


Iniciar com pergunta a o meu ver é tenso..e eu gosto... essa tensão procuro direto em menores e dissonantes, como fiz nas versões anteriores, mas não houve uma resposta satisfatória e parti para maiores, quase como apelo emocional (tudo bem, a versão 5 vai dar caldo), mas achei bem melhor o resultado.


Quanto à letra, a idéia, a inocência é a tônica, quase infantil de se estar numa roda (gigante, como metáfora), mostrando-se desconfortável, remetendo ao amadurecimento.


Ir para o alto é ver
Que cada volta é viver
Qual tipo de solidão
que faz a gente arriscar?



AQUI A MELODIA CHAMA PARA A REFLEXÃO que a letra sugere, DA FUGA DA INOCÊNCIA EM MOMENTOS DE VISÃO AMPLA (ALTO), QUE SÓ É ADQUIRIDA EM MOMENTOS DE SOLIDÃO...E ACHO ÓTIMO SUGERIR QUE HÁ VARIAS VERSÕES da solidão E uma delas pode ser mola propulsora para mudanças de atitude


Querer estar no céu
no vertical carrossel
Será saudade do chão
que faz a gente pular?



busca de justificativas. “Céu” aqui tem um duplo signo: o religioso e o prazer. Amplia o alcance da interpretação.


“Vertical carrossel”, além da função estética na poesia, vem com força da ideia de mudanças de perspectiva, típica dos momentos de transformação.


A “saudade do chão” vem como uma vontade pra sair da “roda”, do ciclo incômodo,


De que adianta só estar mais vivos
A roda se agiganta sem motivos
Seguro forte tua mão
Assegurei teu lugar
A que rimamos em ciclo gigante
Reinventamos a roda constante
Será verdade que o amor
Faz essa roda girar?



Aqui as afirmações vão tomando forma, levantam-se discussões, apesar da segunda parte voltar a uma pergunta, mas ela vem com revelações, o que demonstra transformação,


Fiquei entre “estarmos vivos” e “estar mais vivos”.


A segunda me pareceu mais adequada, com certa crítica, no sentido de que adianta estar “mais espertos” se aumentam as responsabilidades e as dúvidas, parecendo aumentar seu estado de ignorância.



A frase que mostra que há alguém em foco Da NARRATIVA, acho cedo, pois desmancha-se a ideia de estar falando com o público e passa a imagem de o tempo todo estar falando com alguém específico...acho interessante mudar isso ou, se preservá-la, transferi-la para o possível refrão.



CONCLUSÂO:


Trata-se de um momento de transformação e revelação, e as dúvidas que surgem nesse tempo...ou pelo menos sugestão de certas reflexões...


Gosto de pensar na ideia de que a roda é a “ROTINA”... que acho que foi a ideia que eu tirei do texto original da MikA:



“Rotina e Beleza, parte da natureza”


Mas a proposta do meu texto é de inconformismo...


Da perda da inocência... da percepção de que a ROTINA é incômoda,


porquês e como fazer para sair disso...


O tema é universal e atemporal...visto que o amadurecimento das pessoas, a saída da adolescência para a idade adulta, não tem mais uma idade certa como antigamente, as reflexões surgirão em qualquer idade.


UmA possível IDEIA refrão que me veio foi de usar uma cantiga de “RODA” e desconstruí-la, como um jeito de concluir a canção.


“vamos dar a meia volta
Volta e meia vamos dar
Quero amigos ao meu lado
Mas não quero cirandar.”

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Vê e Bruno compondo... olhem só!

Dispostos a assistirem à dupla de compositores em plena ação?
Confiram:

Vê e Bruno compondo... olhem só!

Dispostos a assistirem à dupla de compositores em plena ação?
Confiram:

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Quase três meses depois...

Muitas coisas acontecem em três meses...
No que diz respeito ao Estrada e Vários, a diversidade marcante do trio também se fez na vida real, que afastou o grupo do blog por motivos beeem diferentes.

O Vê estava envolvidíssimo com suas artes: exposição e CD saindo do forno... que loucura!

O Bruno estava comprometidíssimo com o trabalho: compondo muito e ensinando, sempre...

Eu...ah, já eu estava experimentando o prazer de viver a vida. Novo amor e falta de tempo e interesse pra qualquer coisa que não fosse suspiro e beijo na boca. (Chato, né? Hahaha)

Arte, suor e romance... de que mais um trio precisa?


Bem, o importante é que nesse tempo a vida real nos roubou da virtualidade blogueira, mas não do projeto.
Firmamos patrocínio, fechamos detalhes de produção e estamos lapidando as músicas que vão pro DVD.
Já já colocamos aqui mais novidades.

=)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A roda gigante está girandoooooo

Não resisti a passar aqui e contar as boas novas.
O Bruno mostrou-me hoje o primeiro resultado da tentativa de adaptação dos meus sonetos em canção.
A partir do soneto ele criou outra letra... e sou obrigada a dizer que me apaixonei à primeira vista.
Bem, se vai ficar essa letra ou ela será ainda lapidada pelas exigentes mãos do Vê eu ainda não sei... mas estamos agora em busca de uma melodia... daquelas com uma frase que se repete ciclicamente, como pede a ideia central da canção.
Curioso pra saber o resultado a que chegou o Bruno?
Aí vai... saboreie.
Eu AMEI.

Quantas voltas nós damos?

Quanto tempo nós somos?
Quando é que nós vamos descer?

Quanto mais rodamos
Mais parados estamos
Cromossomos, heranças do ser

Viver cada volta é
Uma prova da fé
É tanta saudade do chão, que pulamos...


Quanto mais nos lembramos
Esquecemos dos planos
Quando é que nós vamos crescer?


Em um ciclo constante
De uma roda gigante
Estaremos no alto pra ver?


A rotina e a beleza
Próprias da natureza
É tanta saudade da dor, que amamos...

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Soneto com emenda

Será que a emenda ficou pior que o soneto?
Comentei dias atrás que tinha feito um soneto quebrado de avião (dois, na verdade... o outro está um bocadinho mais abaixo, no blog) e acabo de encontrar uma emenda pra ele (e esse tem nome próprio, viu?).
Já que o Vê disse que dava "samba", segue aí pra apreciação.
Depois eu conto como ele se transformou em música, tá?
I promise!

=)

Roda gigante

A vida da gente é uma roda gigante
Com altos e baixos num ciclo constante
Quantas voltas damos? Não dá pra prever
O tempo na roda, o tempo de ser

Viver cada volta é muito importante
Pois não só no alto que vale o instante
Às vezes somente do chão que você
Se ergue o bastante e então pode ver


Que a vida é um momento, um prazer que nos damos
Controle e certeza não constam nos planos
De sua rotina que emana a beleza


Dos altos e baixos toda a natureza
De estar indo e vindo nos ciclos que somem
Da efêmera e bela jornada do homem

terça-feira, 6 de julho de 2010

Soneto quebrado de avião

Como comentei no último post, dias atrás, durante um voo de volta ao Brasil, resolvi escrever um soneto. A bem da verdade, tentava fazer uma música, mas, como já disse, me perdi no caminho que leva da angústia à melodia e acabei conseguindo só traçar algumas linhas tortas, sem métrica e com um pouco de rima.
O engraçado é que jurava ter feito um soneto (dois, na verdade)... só mais tarde, ao relê-los, foi que me dei conta de que faltava uma estrofe em cada um. Sonetos têm dois quartetos e dois tercetos, como é sabido. Em meu cansaço durante a viagem, comi a última estrofe de ambos e, embora aquilo soasse estranho, não conseguia, na altura, me dar conta do erro.
Foi divertido perceber a falha e resolvi tentar salvar o pobre do soneto quebrado.
Ainda falta um... mas confesso que nem me atrevi a tentar salvá-lo ainda. Se e quando conseguir, eu mostro aqui o resultado. O Vê disse que dá "samba"... hehee.



Soneto quebrado de avião

Todo sonho que se alimenta
É maior na espera que a conquista
A imaginação sempre o aumenta
E o torna mágico, a perder de vista

Viajar e conhecer o mundo
Escrever um livro, encantar plateias
Ser famoso em questão de segundo
Quebrar recordes, estar de férias

Tudo vai do êxtase ao castigo
Se a vitória não for partilhada
Se no porto não há despedida

Nem regresso aos braços de um amigo
Se o prazer com que se vive a vida
For sozinho nessa caminhada






=)

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Lágrimas na fornalha da criação

Diz o senso comum que mágoa retida causa câncer, por isso as lágrimas são tão importantes. Mas, como me disse ainda hoje uma amiga, é uma pena que as lágrimas sozinhas não sejam suficientes para levar toda a dor embora...
É aí que entra a magia da arte. Ela é o fogo que transforma a pedra bruta em joia rara.

Dias atrás, em meio a turbilhões de sentimentos, quis fazer uma música. Como ainda não conheço a fundo os mistérios da composição, não consegui encontrar o caminho que me levasse da angústia à melodia... mas consegui fazer dois pseudopoemas. O Vê já me disse que dá pra fazer canção. Fiquei feliz e joguei a bomba nas mãos dele, mas ainda estou trabalhando nos dois. Já já os mostro por aqui.

=)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Turnê pela Europa

Turnê pela Europa... mas já???

HUahuhaaa, não chega a tanto (ainda, quem sabe?), mas acabei de passar uns dias em Lisboa e... pasmem: nem contei pro Bruno e pro Vê ainda, mas recebemos um convite para cantar as músicas do "Estrada e Vários" num lugar top lá do "Bairro Alto" (lugar badaladíssimo da noite na capital).
O point se chama |Oitonove|, assim, tudo junto... e tem três donos (um casal brasileiro apaixonante e um gajo português muito "giro").
Confesso que não planejava voltar a Lisboa em breve... mas já estou reconsiderando meus planos.
Aposto que os meninos também vão sentir uma coceirinha boa. 

Heheee!

terça-feira, 22 de junho de 2010

Posso enviar um MP3?

Tempos de retribalização, a aldeia global de clic em clic!
Penso na letra de músicas dentro desse contexto, como uma ponte entre o criador e o seu mundo, fazer link, estabelecer contato e firmar um enlace capaz de durar mais de três míseros minutos. A produção musical nunca esteve tão acelerada, as gravadoras não nos empurram mais seus enlatados, os amigos tratam de fazer isso, todo mundo conhece uma banda, e toda banda grava seu CD. Gravar hoje é mais fácil que comprar um tonante na década de oitenta. Há uma proliferação de MP3s, blogs, flogs, orkut, myspace e zilhões de derivados. Sites de gravadoras de nome, com espaço cyber pra você enviar seu quinhão em bytes! Mas, porém, entreTANTOS, ademais, (ademais foi inusitado!!!) não há recados, não há ponte poética, não há ideia que realmente chape! Salvo uma ou outra aqui e ali, a grande maioria não consegue estabelecer comunicação, aponta suas metralhadoras para o universo digital e deixa rolar seus bytes para pastas e mais pastas de PCs que serão formatados, mais cedo ou mais tarde.


Ok! Isso é o “mercado”, não o de compra e venda, mas o do interesse, eu mesmo já escutei várias bandas uma única vez! (ainda bem que as músicas já são dadas.) Já sei de produtor que cobra pra ouvir o que mandam pra ele. Dependendo do valor, você terá uma assessoria parcial ou uma total. Vai depender de quanto você tem pra apostar. Nunca a mulecada teve tanto acesso a instrumentos, antes vistos apenas no cinema, ou numa revista importada. Nunca se teve tanto tempo pra gastar dentro de um estúdio, e também poder trabalhar pré-produção em multi-tracks em seu quarto! Se quiser saber uma escala, veja no youtube, se quiser a tablatura, baixe um programa que ele faz, se quiser isso ou aquilo você consegue. E blábláblá.... bom o que tem isso com letra? Ai está o pecado! Ou a letra não diz nada, ou se sucumbe dentro do universo e nos deixa incapazes de estabelecer um elo. O mundo musical é o mundo das ideias, e as ideias precisam ser cativantes, precisam provocar algo dentro de nós, se for mistério, há de ter alguma fagulha, algum vestígio que me dê a chance de estar junto, dentro da canção, se for simples, há de ser, no mínimo, bela! Hoje quando me dizem "Vou montar uma banda, você pode me dar algum conselho?" Eu respondo: "Sim, o que você tem a dizer? É somente disso que depende todo o restante."

By Vê Domingos.

sábado, 19 de junho de 2010

Canta Onze Esconderijos!

Ontem aconteceu algo delicioso.
Estava dando aulas (pra quem não sabe, sou professora universitária) e meus alunos do segundo período de Letras resolveram implicar comigo porque fui com a outra turma (3° período) a um espaço cultural da cidade e cantei pra eles. Então, queriam que eu cantasse ali mesmo, na sala de aula, a capella, sem violão, no seco!
Oh, céus... eu me meto em cada situação!
Cantei, né? Fazer o quê! (Oh, tristeza! Risos)
Cantei e, em seguinda, consegui dar meu recado (aula) após prometer que no final da aula cantaria mais alguma coisa.
(Realmente, é meio complicado estudar sintaxe gerativista após saborear uma música agradável... então, nada como uma motivaçãozinha para resultar!)
Aula concluída, achei que teriam se esquecido... mas lá veio um cobrando: "E a música, professora?"
Foi naquele momento que me veio a dúvida cruel:
"E agora, o que é que eu vou cantar?"
Sabe quando fogem todas da lembrança?
Letras, melodias... eu não tinha a mínima ideia do que sairia cantando assim, do nada, após uma aula de sintaxe. Afff!

Foi quando ouvi:
"Canta Onze Esconderijos!"


Gente, pareceu surreal! Que sensação gostosa ouvir algo assim a respeito de uma música que só foi divulgada aqui pelo blog.
Cantei, claro!
Amaram a música, amaram que eu cantasse pra eles algo "inédito"...
Saímos todos felizes de lá.
Onze esconderijos começa a deixar de se esconder!
Não é lindo?

=)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Algumas considerações... by BRUNO KOHL

Às vezes as ideias pairam, flutuam sobre nós... e com o acesso digital mais e mais ideias nos assolam...não há maios segredos, mistérios ou donos da verdade... e quem busca a verdade nas canções pode se decepcionar...talvez nem ela mesmo (a canção) tenha a verdade.



O Vê puxou uma letra a partir de um texto da Mika em seu blog "Letras de Macarrão". Isso me fez pensar o quão forte é esse laço digital. E agora as pessoas parecem mais próximas, nas letras pelo menos, nas teclas... Novos tempos, que exigirão novas formas de pensar as canções e, claro, espaço para todo mundo, para os bons e os não tão.


Mas uma coisa é certa: é muito bom saber que os amigos estão por perto para trocar essas ideias...mesmo que seja no canto do monitor...

(BRUNO KOHL)

terça-feira, 15 de junho de 2010

Período de instrospecção e futebol

Que fique claro que eu não sumi, não!
Estou apenas num momento de instrospecção, diante de tantas coisas por fazer neste projeto (e na vida, de um modo geral).
O período de Copa não ajuda muito, né? Esse povo enlouquece e tudo para. Coisa louca!
Estou à procura de um estúdio aqui por perto, pra ver se gravo algumas coisinhas pra mostrar pra vocês. Era tudo mais fácil quando eu estava "em casa".
Algumas músicas estão no forno, ganhando aquecimento... outras estão começando a ser ensaiadas, digamos que eu esteja preparando alguns ingredientes.
Há momentos que são assim.
As próximas semanas serão meio mornas por aqui... mas já já a coisa pega fogo!

Até breve, então...
Mikaela.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

O tempo todo...

O encontro com o Bruno foi muito produtivo.
Para além da troca de ideias, foi possível constatar que meu jeito de cantar está de fato diferente. Sei que o mérito é meu, mas não conseguiria tal façanha sem a ajuda da Suely Mesquita (professora de canto) e da Luciana Mendes (minha fonoaudióloga). Meninas abençoadas, thanks a lot!

Eu sempre me queixei que sentia como que um vulcão dentro de mim desejando entrar em erupção sem sucesso.
Ele começa a mostrar sinais de vida, ainda desregulado, sem controle, mas vivo dentro de mim. Isso é fantástico!

Foi inevitável resgatar, nesse encontro com o Bruno, aquela que foi a primeira canção dele a me fazer desejar soltar esse vulcão. É como se a música me pedisse um grito que até então eu mantinha abafado. Aquela música nunca me tocou tanto como agora... mas ainda falta eu me encontrar nela por inteiro. Chegamos à conclusão de que talvez seja o momento de rever algumas passagens melódicas e eu decidi tentar encontrar-me dentro dela, já que ele me deu abertura para isso. Gosto de pensar nisso, já que minha recente descoberta na composição até então se manteve timidamente voltada às letras, não à melodia.

Falndo em letra, então, segue a música para que vocês possam conhecê-la.
Eu vou tentar encontrar o caminho de torná-la a minha verdade na melodia, já que na letra isso já é fato. Assim que encontrá-lo eu disponibilizo aqui para vocês.


O tempo todo (Bruno Kohl)


O tempo todo fiz parecer que o amor era um engodo
E acreditei em olhos de verniz
O tempo todo eu quis me acomodar

O tempo todo quis retirar a pérola do lodo
E te matar com balas de festim
O tempo todo a fim de te salvar

Recupero a intuição e pela primeira vez
Desconfio que eu não sou daqui
Posso encontrar o lado bom de uma escolha ruim
Por você e por mim

E devo destruir a estrutura dos seus lábios presa em mim
Ou morrer a vida inteira nos seus ombros
Pra nos escombros ter de perceber que eu estava aqui

Recupero a intuição e pela primeira vez
Desconfio que eu não sou daqui
Posso encontrar o lado bom de uma escolha ruim
Por você e por mim


(Nenhum instante me ative ao que era importante)

domingo, 6 de junho de 2010

Letras em mim...

Encontro em Itajaí com o Bruno.
O Vê estava de castigo (ficando mais velho), não pôde ir.
Parabéns, querido!
Cantamos, conversamos, partilhamos inquietudes.
Fazia alguns anos já que o Bruno amigo não se mostrava tão presente, sempre gentil em dar espaço ao compositor. Ontem tive o prazer de estar com ambos. Foi bom!

Sinto-me em um momento propício para assumir de vez minha veia criadora na música...
Tomara que a Mikaela compositora caia nas graças musicais da Mikaela apreciadora.
De pessoas que cantam os males de amor em arranjos de mau gosto o mundo já está cheio, afinal.
É pagar pra ver.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Escute "Onze esconderijos"

Gente, aqui vai o áudio de "Onze esconderijos", numa versão beeeem simplezinha, mas feita com carinho pra vocês.

http://www.youtube.com/watch?v=LwqEqq6WCf0

Vocês podem conferir no Youtube (só não reparem o vídeo, é só pra não ficar em branco).

=)

A cena que a música evoca

Quando estudamos interpretação, uma das tantas coisas que aprendemos é a criar o ambiente emocional de cada canção. Esse ambiente emocional tem a ver com inúmeras sensações que cada música evoca... uma cor, um sabor, um cheiro, uma imagem, calor ou frio, medo, prazer... enfim, é como se construíssemos uma cena para cada canção.
Essa cena nos ajuda a entrar no clima que a música nos provoca. E resgatar a cena criada cada vez que executamos a canção nos faz interpretá-la a partir da nossa verdade.
Obviamente a nossa verdade nem sempre é a mesma que a do compositor. Aliás, é bem provável que a nossa verdade passe longe da verdade dele, por ser impregnada com a nossa subjetividade, não com a dele no momento da criação.
Falei tudo isso porque queria partilhar com vocês o ambiente emocional que a música "Onze esconderijos" tem pra mim. Se não mencionasse esse "exercício interpretativo", nada do que vou falar faria sentido.
Bem, talvez continue sem fazer (risos).
O fato é que sempre que penso na música, é como se eu me transportasse a um mundo que nunca vivenciei, a não ser por filmes e leituras. É como se não tivesse sido eu a criar o ambiente emocional da canção... mas ele tivesse se manifestado a mim, como numa avalanche de emoções construídas a partir do que o texto sugere.
Quando penso nas palavras que não deveriam ser ditas, vêm-me imediatamente atos que não deveriam ter sido praticados. Ao me deixar envolver pela letra em outros países, outras línguas, porões e diários... acabo imaginando Anne Frank ou o Pianista... ou ainda algum outro personagem qualquer do Holocausto. É como se a música fosse uma manifestação de repúdio ao que NÃO deveria ter ocorrido lá. E ao cantá-la sinto-me naquele momento histórico, naquele lugar... num porão, num sótão, sozinha no escuro, sobrevivendo a tudo aquilo e cantando meu hino de desejo ao não dito, ao não feito.
Apesar da tristeza que a cena sugere, a música de alguma forma me resgata daquele espaço-tempo, como se cumprisse seu papel de denúncia,  de censura (por que não dizer?)... de salvação. Essa sensação é linda...

e me sinto LIVRE!

É essa a cena que a música evoca em mim.
E em você?

sábado, 29 de maio de 2010

Já parou pra identificar os onze esconderijos da letra?

E então, não ficou curioso pra saber quais são os onze esconderijos?
A canção tem um nome sugestivo e não é à toa.
Observe:

Certas palavras deveriam ser guardadas

Em gavetas cadeadas
Em armários escondidos no porão
Numa pessoa que nem mesmo foi lembrada
Num diário antigo
Num perfeito e discreto alçapão
Numa língua morta (de um país distante)
Num momento da história
Que a memória um dia já ignorou
Atrás de uma porta (ou embaixo de uma ponte)
Num instante em que a sorte teve a chance
E a desperdiçou

Chata que sou e fã do jogo dos sete erros, eu diria que há um problema de ordem sintática em considerar "país distante" como sendo um dos onze esconderijos, já que ele vem antecedido por uma preposição "de", o que faz dele uma caracterização da língua morta, não um esconderijo a mais. A troca, na letra, da preposição "de" pela preposição "em" resolveria isso... mas confesso que até agora nunca tinha me atentado a essa questão e provavelmente seu compositor também não.
De qualquer forma, a canção é linda desse jeito.
Já já vocês poderão ouvir a gravação que fizemos dela, ok?
I promise!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Eu fiquei de falar...

Pois é, minha gente... eu fiquei de falar de uma música que estava surgindo, dias atrás... mas acontece que ela ainda não parou de surgir, por isso ainda não falei dela. Hahaha!

Decidimos, porém, falar de outra que surgiu há algum tempo, antes de o Vê se juntar à brincadeira (ele deixou a gente fazer isso, ele deixou!).

A música é de composição do Bruno Kohl e se chama "Onze esconderijos".
Ps: Vou contar um segredinho com o qual muitos de vocês se identificarão: tenho a MAI-OR dificuldade de pensar nessa música com esse nome. Sempre me vem a cabeça o início dela ("Certas palavras") e eu até me peguei escrevendo algo como "até o nome da canção é sugestivo", quando me dei conta de que aquele não era seu nome, mas seu verso inicial.
Hahaha. O Bruno odeia quando eu faço isso (sorry!).

Segue a letra pra que vocês saboreiem.
Os comentários eu deixo pra outro pôr do Sol.

Onze esconderijos (Bruno Kohl)

Certas palavras deveriam ser guardadas
Em gavetas cadeadas
Em armários escondidos no porão
Numa pessoa que nem mesmo foi lembrada
Num diário antigo
Num perfeito e discreto alçapão

Numa língua morta (de um país distante)
Num momento da história
Que a memória um dia já ignorou
Atrás de uma porta (ou embaixo de uma ponte)
Num instante em que a sorte teve a chance
E a desperdiçou



Linda, lindaaaa!
Até loguinho, então!
=)

terça-feira, 25 de maio de 2010

Foucaultiando...

Pensando nessa relação entre criador e criatura, no processo de criação, deparei-me com essas palavras de Foucault, discutindo a questão da autoria, o que facilmente pode ser estendido à composição:


“A marca do escritor não é mais do que a singularidade de sua ausência”.

Uuuuuhhhhhh!
I’m thinking about it!
=)

TEXTO

Oi, gente linda!
Hoje quem vai falar é o Brunão!
Seguem as reflexões da fera:

Quando o texto impera

Achei que seria interessante registrar um momento curioso dos trâmites da composição que Vê e eu compartilhamos essa semana.

Num dia apressado de terça, sentamos para passar as cordas numa canção cuja melodia foi tirada de um período de final de sonho, daqueles que você não sabe se está suficientemente acordado ou dormindo, sonhando que está acordado.

Tal melodia encaixou-se experimentalmente numa letra construída pelos caminhos virtuais a seis talentosas mãos... e veio sendo (e ainda está sendo) lapidada sob seis 6 olhares atentos (Mika ,Vê e Bruno).

Num dado instante, surge a pergunta se a harmonia sugerida (ela tem relevantes mudanças de tons) deveria ser aquela: pouco usual, que poderia causar estranhamentos a ouvidos acostumados a harmonias pouco populares.

Por um instante parei e procurei argumentos que pudessem salvar tal estrutura, que, por um alguma razão, para mim, estava claro que deveria ser aquela, mas não sabia, naquele momento, dizer por quê...

A resposta veio logo em seguida: o texto...

O texto, cujo tema (a meu ver), como a aleatoriedade ao nosso redor e a beleza das coisas inexatas, não poderia deixar de sugerir uma harmonia que, em alguns momentos, deveria quebrar padrões musicais, propondo, assim, justamente a beleza de ser surpreendido pelo estranho.

Naquele momento, essa pequena revelação me levou a entender que algumas canções têm seu foco de personalidade no texto, com o poder até de decidir como desejam ser cantadas.

P.S.: A canção chama-se In-versos e, tão logo esteja pronta, traremos para o deleite de nossos amigos.

BRUNO KOHL

É, minha gente, já dizia Tom Jobim, desafinado: "Se você insiste em classificar... meu comportamento de antiMUsical..."

Até breve!

=)

domingo, 23 de maio de 2010

Quando é que a música fica pronta?

É uma pergunta curiosa, não?
No processo de composição, quando uma música fica pronta?
Bem, na minha vida inteira eu já consegui a façanha de fazer duas músicas. Simplezinhas, tadinhas, mas saíram... assim, assim.
Quando consegui encaixar a letra na melodia tive aquela sensação de trabalho concluído. No dia seguinte, porém, voltava a sensação de que tinha de mexer em mais alguma coisa... um acorde, um detalhe melódico, umas palavras...
Em resumo, creio que compor música não seja tão diferente de escrever um texto (e já aí tenho bem mais experiência).
A gente sente quando ela ganha uma estrutura de algo finalizado, mas se volta a lamber a cria, sempre vai achar que tem algo faltando.
Escrever um texto é assim. Ele nunca fica pronto. Sempre que voltarmos a ele teremos o que cortar, acrescentar, mudar.
Somos nós que precisamos decidir o momento de dizer: Chega, terminei!
Somos nós que precisamos cortar o cordão umbilical para que a cria deixe de ser parte de nós e passe a ser do mundo.

Acho que isso é o mais difícil, não?
Enquanto não está pronta, é nossa. Enquanto está inacabada, é passível de melhorias. Enquanto não concluímos, podemos alimentar em nós mesmos a ilusão de que chegaremos, quem sabe um dia, à perfeição.
Pronta, ela passa a não ser mais só minha. Ela é publicável. Visível, permitindo que outros deem a ela sua interpretação, cargas de sentido que nós nunca imaginaríamos... perdemos o total controle sobre a coisa criada. Ahhhh, isso dói!
Estará lá, exposta a todos... para ser lembrada, enaltecida, criticada ou esquecida, mas será do mundo, não mais nossa.

Quantas crias você tem aprisionadas na gaveta ou num arquivo esquecido do computador?
Quantos fantasmas escondidos, implorando pela libertação?
Quantos pontos finais em suspenso, esperando o alívio do papel?
Se a criatura cria dor, o criador a cria atura.
Liberte-a, liberte-se!

sábado, 22 de maio de 2010

Papo com Vê Domingos sobre composição

Olhem que show de incentivo àqueles que ainda guardam suas crias musicais a sete chaves numa gaveta qualquer. Até eu me inspirei, hein? Cuidado!


Conversa entre o Vê Domingos e uma aspirante a compositora que não quer se identificar:

Anônima: Tem uma melodia que eu criei meses atrás e que sempre me assombra. Imagino uma canção... mas ainda não veio nada pra letra... imagino em inglês, na verdade... não sei pq, só que ao mesmo tempo em que gosto dela... acho ridícula, imatura... fraquinha, sabe? Afff. Acontece o mesmo contigo?

Vê Domingos: Bem, quando estou pintando, me sinto um DEUS, e naquela hora estou fazendo a coisa mais linda do mundo, mas no outro dia, quando olho a pintura, acho ridícula e me descubro novamente um simples mortal. Tenho feiro assim a vida toda, e até então tem dado certo.

Anônima: Sei. O que me incomoda, na verdade, é q o estilo do que tento criar nunca é parecido com os estilos que me fazem a cabeça. Não entendo o pq disso. Minha música devia sofrer influência do que eu gosto, certo? E a impressão que tenho é que tudo o que penso em criar, em se tratando de música, lembra aquelas baladas country norte-americanas (não necessariamente as boas). Hahahaha.

Vê Domingos: O processo criativo é complexo. Nossa arte melhor é a que nos falta! Entende?

Anônima: Acho que sim. Confesso que me sinto frustrada.

Vê Domingos: Se servir de auxílio, eu também posso me considerar frustrado, pois queria fazer música como Lenine e Zeca Baleiro, ao mesmo tempo!!! Mas sou o Venâncio, de Itajaí, São Vicente...

Anônima: Pior que ajudou, sim. Aposto que Lenine e Zeca Baleiro têm a mesma sensação.

Vê Domingos: Eis o ponto. Olha, se tem algo que não me assusta é o julgamento alheio... ninguém pode ser mais cruel comigo do que eu mesmo. Quando der errado foi azar! E quando der certo, foi pura sorte. Essa coisa de ser preciso eu não preciso!

Anônima: Uau! Tocou na ferida, agora! Vou pensar sobre isso tudo. Valeu pelo papo!!!

Vê Domingos: Valeu!



Se valeu!
=)

Os vários começam a chegar...

Hey, you!
Tem sido muito gratificante ter retorno por e-mail, msn e comentários dos que estão começando a conhecer o projeto e se fazendo vários nessa estrada.
A caminhada é longa e estamos apenas começando...
Muitas ideias surgem, algumas canções começam a ganhar forma.
Já já mostramos uma das crias pra vocês.

Besitos.

=)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Sobre o véu e a luz nas composições

Vê Domingos sempre comenta comigo o quanto acha importante que a música criada dialogue com o público, que se faça clara, popular mesmo, no sentido mais pleno que possa ser ter tal concepção, sem qualquer tom de pejorativo.
Gosto disso, afinal minha formação não me nega essa veia que tende à comunicação, à mensagem veiculada, à conversa, enfim, sem ruídos.

Já Bruno Kohl tem um tom de mistério que rodeia suas letras. Adora usar palavras de efeito. Identifico-me com inúmeros recursos de que ele faz uso em suas músicas, trocadilhos, antíteses, sinestesias, eufemismos...

Quando lhe indaguei se não se preocupava com o fato do certo tom de hermetismo (pascoal?) em suas composições impedir a conexão total com o público, ele respondeu:

"Minhas músicas são como Lost. Se entender demais, perde a graça."

Ele não comentou no questionário que publiquei ontem, mas é encarnado na sétima arte e a influência dessa paixão é nítida no que cria.

Estou bem acompanhada, notaram? De um lado a influência de Picasso, do outro a de Fellini. Eu trago comigo as pessoas do Pessoa... essa história promete!

Amanhã tem mais.
=)

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Mas o que é compor, afinal?

Pobre que sou, just an intérprete, meter-me no mundo desse povo das palavras cantadas... mas confesso que estou adorando, afinal, sou também uma mulher das palavras e do canto, não pode ser assim tão complicado unir as duas coisas!


O fato é que fiz as tais perguntinhas iniciais aos meus dois companheiros de projeto e, já de cara (não que eu já não soubesse, as escolhas não são feitas por acaso), ficou visível o quanto tenho comigo dois polos antagônicos em se tratando de composição.

Um deles prima pela simplicidade e pela clareza.
O outro ama o hermetismo (pascoal ou não).
O que vai resultar dessa parceria eu não sei, mas APOSTO que vai sair coisa boa, pois ambos têm um talento que muito me causa admiração. E, como eu já disse pra eles, só consigo cantar o que tenho como verdade. Preciso me conectar com a canção, comprar o que ela vende, envolver-me, numa simbiose, mesmo.

Bem, deixemos essas questões para outro pôr do sol.
Queria apresentar o outro lado da moeda (Bruno) em suas respostas provocativas às minhas singelas indagações.
Não resisti em manifestar meu lado Joana d’Arc e decidi tecer alguns breves comentários a partir de suas respostas. Que não seja eu queimada na fogueira da inquisição!

Pergunta: O que é compor?
Resposta do Bruno: Arauto.
Comentário: Todas as respostas são substantivas, mesmo que essa peça um verbo, o que é curioso, mas não surpreendente, vindo do Bruno, que adora soltar palavras que levem a uma teia de consequências. Embora exija de mim, pobre leitora, um vocabulário bem acima do medíocre, e uma necessária inferência pra criar a ponte (citando Vê) entre o feitor e o ato feito, intxindi (ufa)!

Pergunta: Como surge a ideia da música?
Resposta do Bruno: Avalanche.
Comentário: Hehee... que analogia linda, meu Deus! Eu sempre penso nos processos que ocorrem comigo como erupções vulcânicas, mas depois do documentário e das inúmeras matérias sobre o vulcão islandês Eyjafjallajoekull, a ideia da avalanche me refresca a alma e acalma (ui, deu eco, culpa da avalanche).

Pergunta: Onde busca inspiração?
Resposta do Bruno: Poço.
Comentário: Profunda! Não consegui chegar lá.

Pergunta: O que vem primeiro? Melodia ou letra?
Resposta do Bruno: Solidão.
Comentário: Isso dá uma canção, hein?

Pergunta: Algumas características do seu estilo de composição:
Resposta do Bruno: Bisturi.
Comentário: Pensando... pensando... gente, tem muitas formas de interpretar isso. Nem sei o que escolher pra comentar. Corta!

Pergunta: Parceria em composição representa o quê?
Resposta do Bruno: Altruísmo.
Comentário: Altruísmo, é? Enquanto o Bruno enxerga a parceria como uma predisposição em abnegar-se em relação ao outro, eu vejo como uma troca em que é o outro que me traz benefícios. O Vê vê (hahaha) como uma guerra de nervos, um exercício ao desapego. Que trio, hein?

Pergunta: Qual a maior dificuldade em compor em parceria?
Resposta do Bruno: Tempo.
Comentário: (pensa na voz da Nana Caymmi soprando no ouvido)
Resposta ao tempo (Aldir Blanc e Cristóvão Bastos):
“Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto
E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Pra tentar reviver”

Pergunta: Que outras artes te atraem?
Resposta do Bruno: Ourivesaria.
Comentário: Eu não pensaria em nada mais adequado. A propósito, o Vê ama pintura. Minha vibe é teatro e poesia. Que trio dissonante e complementar, hein?!
Tô amando isso!

Pergunta: Acha que as composições sofrem influência dessas “outras”?
Resposta do Bruno: Condição de existência.
Comentário: Que pergunta infame essa minha. Dãã!

Amanhã tem mais!

; - )

Grande Suely Mesquita!

Esta semana é uma semana de muitas comemorações pra Suely Mesquita, compositora, cantora e professora competentíssima de técnica e interpretação, com a qual tenho o privilégio de aprender muito a cada aula (cabe mencionar que ter aulas com ela é um dos motivos que me fazem estar no Rio).

De seu talento como compositora ninguém duvida, tanto é verdade que o escritor americano Bob Gaulke lança agora o livro Sexo Puro - A life in Brazilian Song - sobre seu trabalho de compositora. Isso é mesmo um grande reconhecimento, mas o que me fez vibrar de verdade foi saber que sua música, em parceria com Pedro Luís, faz parte da trilha sonora da nova novela da Globo, Passione. Sabemos o quanto a emissora tem impacto na opinião popular e na influência do que é tendência em se tratando de música. Então, nada mais justo do que esse tipo de reconhecimento também.

Parabéns, Suely! Mereces tudo isso e muito mais.

Segue o link pro site da fera:

http://www.suelymesquita.com.br/

Saindo do forno já já

Gente... não é que esse trem tá dando certo?
Já já eu vou falar de uma música liiiiiinda que surgiu.
Ai, ai...

=)

"Compor é estabelecer pontes" (Vê). Interesting!

Escrever é um vício bom! Quanto mais faço, mais quero e o resultado é gozo, saciez, mesmo que o “durante” (a escrita, o texto) tenha sido sem sal.

Imagino que todo processo de criação seja assim. Compor não deve ser diferente. Já tentei me enveredar por esse caminho umas duas vezes. Em ambas o resultado saiu fraquiiiinho, mas o prazer... ah, o prazer... esse tá guardado na lembrança pra sempre!

Pensei em várias falas pra iniciar essa nossa caminhada pelas trilhas da composição. Fiz algumas perguntas, pedi ao Vê e ao Bruno que respondessem, afinal, ainda tô tentando entender tudo isso! Esse lance de compor pra mim é muuuuuuito novo. Pensar a respeito, então, é exercício no qual ainda estou engatinhando.

Acho que já tenho um bom material pra começarmos a pensar todo esse processo, mas preciso elaborar melhor algumas questões. Tô até começando a ler Foucault (pasmem!).
Há tanto a falar! Mas deixa eu começar, né?

Olha o que o Vê disse:

“Compor é estabelecer pontes”

Curioso pensar em pontes.

É pensar a composição = construção.
Gostei disso! Lembra a Construção do Chico, perfeita.

Eu facilmente pensaria que compor em parceria é estabelecer pontes... mas confesso que nunca tinha parado para pensar nas pontes que são criadas entre o ritmo e a harmonia, entre a letra e o acorde, entre o tema e o inusitado da inspiração...

Falando em inspiração... olha que punk:

“A inspiração tem que te encontrar trabalhando” (Picasso, citado por Vê).

Tem bem a ver com aquele mito criado e difundido de que tudo nasce pronto pros talentosos, cai do céu em seus colos... enquanto bem sabem os que criam o quanto de suor dedicam em suas criações.

"1% de inspiração, 99% de transpiração."

Surradinho o ditado, mas sábio!

Agrada-me a ideia de simples mortais terem alcance possível a coisas consideradas tão raras.

Chego quase a pensar que posso compor!?!



Amanhã tem mais!
Agora deixa eu nanar, que tá tarde!
=)